quinta-feira, novembro 18, 2010

Um testemunho… Exposição oral! Desastre autêntico...

É isso mesmo, a exposição, foi simplesmente horrível!
Eu estudei, eu tinha a matéria na ponta da língua... e fiquei super nervosa...
Mais uma vez o horrível pânico do público!
A turma até me tentou divertir, por mais que pareça espantoso...
Mas não deu...
Eu tinha a impressão que ia desmaiar à frente daquela gente toda...
Tenho vontade de chorar, mas por enquanto não consigo...
Estou com ódio de mais por aquilo que a víbora fez!
Por que é que eu tenho tanto este pânico do público??
Isto estraga-me a vida!
E o pior, é que eu não consigo mudar isso!
Estava à espera de chegar às férias, sem mais nada pra chorar...
E afinal vem isto...
Pelo menos, fiz tudo para ter a nota e consegui...
Alguma coisa positiva no meio disto tudo...
Eu ainda me vou vingar de tudo o que esta víbora me fez hoje e antes...
Eu juro que vou mudar isto e fazer as pessoas que me fizeram sofrer pagarem por cada lágrima que derramei!
Sabem que fez ela? Disse com aquele ar irónico...
ah sou eu?
E depois começou-se a rir, e a atrapalhar-me consecutivamente o trabalho...
Eu levantei a cara, e disse com toda a dignidade, sim és tu, mas Ana, lê lá se faz favor!
Mas ela vai pagar por tudo!
Porque está sempre a tentar me destruir a vida, e sai sempre impúne, quase me conseguiu tirar as pessoas mais importantes da minha vida!
Alguém tem que dar àquela miúda, aquilo que ela merece, para ver se cresce um bocadinho!
Já não bastou ter inventado coisas para me separar da Cláudia, e depois do Fábio, e ainda ter se feito a ele...
O dia em que eu lhe vou dar 1 estalo, está a aproximar-se a uma velocidade imparável!
Há de ser o dia em que vai estoirar de tudo o que ela fez na vida dela!
A vida ainda lhe vai fazer pagar por tudo...
Porque sinceramente ela mal a conhece!
http://karysecretsofmylife555.blogspot.com/2006/06/exposio-oral-desastre-autntico.html

Dicas para fazer uma boa Exposição Oral...

Escola Secundária de Francisco Franco


10º Ano/Oral Reflectido/Novembro/Dezembro 2010


COMO PREPARAR E FAZER UMA BOA EXPOSIÇÃO ORAL?





A exposição oral é um dos exercícios de expressão mais praticados na maior parte das aulas. Contudo, também é frequente realizá-la no quotidiano, para partilhar informação.
Seja para expor ideias acerca de determinado tema, para apresentar factos ou situações ou para organizar a informação obtida num trabalho de pesquisa, os alunos dirigem-se aos restantes elementos da turma, num tom mais académico e objectivo, com o propósito de transmitir informação útil.
A exposição de um tema é, assim, o desenvolvimento do seu conteúdo face a um público ouvinte. Há que considerar dois aspectos: o conteúdo e o modo de transmiti-lo.



1. Como preparar uma exposição?


A preparação implica:

definir os objectivos essenciais da apresentação, através do estabelecimento de algumas ideias essenciais;

preparar a intervenção, procurando informação necessária na obra lida, noutros livros, em experiências vividas por si ou pelos outros…, revistas, dicionários, enciclopédias, etc. (recorrer aos tópicos do guião já dado…);

enquadrar a apresentação no tempo disponibilizado;

introduzir, sumariamente, o assunto a expor (apresentado de forma apelativa o tema e o plano global da exposição);

organizar os dados de forma lógica e adequada ao público-alvo;

sintetizar os aspectos enunciados;

concluir a apresentação, fazendo a síntese das ideias, aspectos ou argumentos principais;

verificar se a mensagem foi apreendida.



2. Técnicas a utilizar

Durante a exposição oral é importante:

pronunciar com clareza e entoar correctamente as frases;

evitar a leitura integral dos registos, procedendo apenas à consulta pontual dos dados;    IMPORTANTÍSSIMO!!!

desenvolver o tema sem divagações que possam dispersar a atenção dos ouvintes;

fazer uma adequada distribuição do espaço, dominando-o visual e oralmente;

modelar o tom de voz de modo a tornar o discurso mais vivo e interessante;

gesticular de forma significativa e equilibrada;
ter uma postura correcta, olhando de frente os ouvintes.



3. Material de apoio


Pode, como apoio, recorrer ao retroprojector, a acetatos,  a imagens, a cartazes e ao leitor de cd’s.



4. Alguns conselhos:


procure chegar cedo ao local da sua apresentação, de modo a ter tempo para verificar se o material que vai utilizar está operacional;

não se esqueça que o que vai apresentar tem de ser visto, ouvido e entendido por todos;

Tenha sempre presente que:

o gesto une-se à voz, prestando-lhe uma valiosíssima colaboração. Todo o corpo se expressa quando fala. As mãos e o olhar constituem meios de reforços expressivos. Assim, tal como não se deve gritar ao falar, também não se deve exagerar os gestos e posturas corporais ao ponto de dar à fala um tom teatral.

o ritmo e a entoação que se dá às palavras influem muito na eficácia e no impacto da comunicação. Uma fala monótona, sem pausas, cria fadiga ao ouvinte e impede-o de entender o que se diz. Por outro lado, um tom variado, agradável, com as necessárias pausas, aumenta a capacidade
persuasiva do discurso.

uma voz serena, clara e bem modulada permite que o ouvinte siga o discurso com maior facilidade, atenção e, porventura, atracção.


Fonte, com algumas adaptações:

terça-feira, novembro 16, 2010

Deixis/Deícticos/Referência Deíctica

Deixis/Deícticos/Referência Deíctica


A deixis designa o conjunto de palavras ou expressões (expressões deícticas) que têm como função ‘apontar’ para o contexto situacional. Deste modo, essas palavras ou expressões, ao serem utilizadas num discurso, adquirem um novo significado, uma vez que o seu referente depende do contexto. Por outras palavras, a deixis pode ser definida como o conjunto de processos linguísticos que permitem inscrever no enunciado as marcas da sua enunciação, que é única e irrepetível. Assim, assinalam o sujeito que enuncia (locutor), o sujeito a quem se dirige (interlocutor), o tempo e o espaço da enunciação.
O sujeito da enunciação/locutor é o ponto central a partir do qual se estabelecem todas as coordenadas do contexto: eu é aquele que diz eu no momento em que fala; tu é a pessoa a quem o eu se dirige; agora é o momento em que o eu fala; aqui é o lugar em que o eu se encontra; isto é um objecto que se encontra perto do eu, os tempos verbais indicam um tempo anterior, simultâneo ou posterior ao momento da enunciação (ex.: escrevi, escrevo, escreverei). Com efeito, é o sistema de coordenadas referenciais (EU/TU—AQUI—AGORA) da enunciação que possibilita a atribuição de sentidos referenciais.
“A própria palavra deixis, pelo seu sentido etimológico, está associada ao gesto de “apontar”.

O diálogo que se segue apresenta a negrito os elementos deícticos:

Joana: Eu amanhã encontro-te aqui às 10h.
Pedro: Eu não estou disponível! Pode ser de tarde?

No primeiro enunciado, eu significa Joana, enquanto, no segundo, eu significa Pedro, tal como o pronome pessoal te do primeiro enunciado. Também o deíctico amanhã só pode ser correctamente interpretado com conhecimento do dia em que decorreu este diálogo, uma vez que significa sempre o dia seguinte ao da enunciação. Do mesmo modo, o advérbio aqui apenas pode ser definido conhecendo o local da enunciação. Finalmente, sufixos flexionais de tempo-modo-aspecto e pessoa-número indicam, neste caso, simultaneamente a pessoa e o tempo verbal: o tempo utilizado (presente do indicativo) indica uma acção que decorrerá num futuro próximo ao do presente da enunciação.
Assim, a interpretação deste enunciado requer o conhecimento das coordenadas AGORA-AQUI, caso contrário, a comunicação revela-se ineficaz. O mesmo acontece em relação à coordenada temporal num cartaz em que se omitiu a data a que se refere hoje:

Hoje, greve geral dos ferroviários!

Os deícticos inserem-se em diversas categorias gramaticais, adquirindo sentido pleno apenas no contexto em que se emitem. Assim, pertencem à categoria dos deícticos:
— os pronomes pessoais;
— os pronomes e determinantes possessivos;
— os pronomes e determinantes demonstrativos;
— os artigos;
— os advérbios de lugar e de tempo;
— os tempos verbais;
— alguns vocábulos, como ir / vir (movimento de afastamento / aproximação em relação ao espaço em que se encontra o locutor e interlocutor, respectivamente).

Em função da sua natureza deíctica, é possível apresentar a seguinte classificação:

Deixis pessoal — indica as pessoas do discurso, permitindo seleccionar os participantes na interacção comunicativa. Integram este grupo os pronomes pessoais (ex.: tu, me, nós, etc.), determinantes e pronomes possessivos (ex.: o meu, o vosso, teu, etc.), sufixos flexionais de pessoa-número (ex.: falas, falamos, etc.), bem como vocativos. (Algumas formas verbais não apresentam um sufixo flexional específico de pessoa-número (ex.: falo, disse, fizer, etc.). Nestes casos, o sufixo inclui as informações relativas ao tempo-modo-aspecto e pessoa-número, tratando-se assim de uma amálgama).

Quanto eu disser não ouças,
quanto eu fizer não vejas;
e, se eu estender as mãos,
não me estendas as tuas.

Aceita que eu exista como os sonhos
que ninguém sonha,
as imagens malditas que no espelho
são noite irreflectida

Talvez que então
da pura solidão
eu desça à vida.
(J. Sena, Fidelidade)

Deixis espacial — assinala os elementos espaciais, tendo como ponto de referência o lugar em que decorre a enunciação. Ou seja, evidencia a relação de maior ou menor proximidade relativamente ao lugar ocupado pelo locutor. Cumprem esta função os advérbios ou locuções adverbiais de lugar (ex.: aqui, cá, além, acolá, aqui perto, lá de cima, etc.), os determinantes e pronomes demonstrativos (ex.: este, essa, aquilo, o outra, a mesma, etc.), bem como alguns verbos que indicam movimento (ex.: ir, partir; chegar; aproximar-se; afastar-se, entrar, sair, subir, descer, etc.).
Vamos até ali... — convidou, implorativo, o Leonel, perdido pela namorada.
Ali, aonde? — perguntou ela, sem forças para resistir.
Ali adiante...
(M. Torga, Novos Contos da Montanha)

Deixis temporal — localiza, no tempo, factos, tomando como ponto de referência o “agora” da enunciação. Desempenham esta função os advérbios, locuções adverbiais ou expressões de tempo (ex.: amanhã, ontem, na semana passada, no dia seguinte, etc.) e sufixos flexionais de tempo-modo-aspecto (ex.: falarei; faláveis, etc.).

Depois de amanhã, sim, só
depois de amanhã...
Levarei amanhã
a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
(…)
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático

Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã
(Álvaro de Campos, Poesias)

Deixis social — assinala a relação hierárquica existente entre os participantes da interacção discursiva e os papéis por eles assumidos. Servem de suporte a esta função os elementos linguísticos pertencentes às chamadas formas de tratamento (ex.: o senhor, vossa excelência, senhor director, etc.).
Eu quero prevenir já o senhor doutor de que em minha casa um banho é um banho, quero dizer, é para uma pessoa se lavar. (V. Ferreira, Aparição)



domingo, novembro 14, 2010

domingo, novembro 07, 2010

Classes de Palavras Exercícios on-line



Porque a grande maioria dos alunos falhou na questão de Funcionamento da Língua que se relacionava com as classes de palavras, treinem nos links apresentados. Se não correr bem , não há como pegar numa gramática e ... estudar. Funciona, é verdade... Acreditem!



http://guida.querido.net/jogos/portug/classp-1.htm

http://www.prof2000.pt/users/gininha/entradaclasses.htm

http://www.profteresa.net/classes_palavras.htm

quinta-feira, outubro 28, 2010

Cartas de amor de Fernando Pessoa a Ofélia Queirós Carta Informal/Pessoal


CARTA A OFÉLIA QUEIRÓS - 27 DE ABRIL DE 1920
     
     
Meu Be«be»zinho lindo:
     
Não imaginas a graça que te achei hoje á janella da casa de tua irmã! Ainda bem que estavas alegre e que mostraste prazer em me ver (Álvaro de Campos).
     
Tenho estado muito triste, e além d'isso muito cansado - triste não só por te não poder ver, como também pelas complicações que outras pessoas teem interposto no nosso caminho. Chego a crer que a influência constante, insistente, hábil d'essas pessoas; não ralhando contigo, não se oppondo de modo evidente, mas trabalhando lentamente sobre o teu espírito, venha a levar-te finalmente a não gostar de mim. Sinto-me já differente; já não és a mesma que eras no escriptorio. Não digo que tu própria tenhas dado por isso; mas dei eu, ou, pelo menos, julguei dar por isso. Oxalá me tenha enganado...
     
Olha, filhinha: não vejo nada claro no futuro. Quero dizer: não vejo o que vãe haver, ou o que vãe ser de nós, dado, de mais a mais, o teu feitio de cederes a todas as influencias de familia, e de em tudo seres de uma opinião contraria á minha. No escriptorio eras mais dócil, mais meiga, mais amorável.
     
Enfim...
     
Amanhã passo  á mesma hora no Largo de Camões. Poderás tu apparecer à janella?
     
Sempre e muito teu
     
assinatura de Fernando Pessoa
     
     
     
     
CARTA A OFÉLIA QUEIRÓS - 31 DE MAIO DE 1920
     
     
Bebezinho do Nininho-ninho:
     
Oh!
     
Venho só quevê pâ dizê ó Bebezinho que gotei muito da catinha dela. Oh!
     
E também tive munta pena de não tá ó pé do Bebé pâ le dá jinhos.
     
Oh! O Nininho é pequenininho!
     
Hoje o Nininho não vai a Belém porque, como não sabia se havia carros, combinei tá aqui às seis ho'as.
     
Amanhã, a não sê qu'o Nininho não possa é que sai daqui pelas cinco e meia. [desenho de uma meia] (isto é a meia das cinco e meia).
     
Amanhã o Bebé espera pelo Nininho, sim? Em Belém, sim? Sim?
     
Jinhos, jinhos e mais jinhos.
     
assinatura de Fernando Pessoa
     
     
     
   
   
   
   
CARTA A OPHÉLIA QUEIROZ – 25 DE SETEMBRO DE 1929
   
   
Exma. Senhora D. Ophélia Queiroz:
    
Um abjecto e miserável indivíduo chamado Fernando Pessoa, meu particular e querido amigo, encarregou-me de comunicar a V. Ex.ª — considerando que o estado mental dele o impede de comunicar qualquer coisa, mesmo a uma ervilha seca (exemplo da obediência e da disciplina) — que V. Ex. ª está proibida de:
(1) pesar menos gramas,
(2) comer pouco,
(3) não dormir nada,
(4) ter febre,
(5) pensar no indivíduo em questão.
   
Pela minha parte, e como íntimo e sincero amigo que sou do meliante de cuja comunicação (com sacrifício) me encarrego, aconselho V. Ex.ª a pegar na imagem mental, que acaso tenha formado do indivíduo cuja citação está estragando este papel razoavelmente branco, e deitar essa imagem mental na pia, por ser materialmente impossível dar esse justo Destino à entidade fingidamente humana a quem ele competiria, se houvesse justiça no mundo.
   
Cumprimenta V. Ex. ª
   
Álvaro de Campos
eng. Naval
   
   
   
   
   
   
CARTA A OFÉLIA QUEIRÓS - 9 DE OUTUBRO DE 1929
   
   
     Terrivel Bébé
   
      Gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha também. E é bombom, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo, e o bebé deve escrever-me sempre, mesmo que eu não escreva, que é  sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguém gosta de mim, e também porque é que a havia de gostar, e isso mesmo, e torna tudo ao princípio, e parece-me que ainda lhe telephono hoje, e gostava de lhe dar um beijo na bocca, com exactidão e gulodice e comer-lhe a bocca e comer os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu hombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir-lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar, e porque é que a Ophelinha gosta de um meliante e de um cevado e de um javardo e de um indivíduo com ventas de contador de gás e expressão geral de não estar ali mas na pia da casa ao lado, e exactamente, e enfim, e vou acabar porque estou doido, e estive sempre, e é de nascença, que é como quem diz desde que nasci, e eu gostava que a Bebé fôsse uma boneca minha, e eu fazia como uma criança, despia-a, e o papel acaba aqui mesmo, e isto parece ser impossível ser escripto por um ente humano, mas é escripto por mim .
assinatura de Fernando Pessoa 

" Carta para Josefa, minha avó ", de José Saramago Carta Informal/Pessoal







" Carta para Josefa, minha avó "

Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo – e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água. Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira – sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.
Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste a lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja. (Contaste-me tu, ou terei sonhado que o contavas?) Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém.
Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrijada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos – e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti – e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava.
Não teremos realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas – e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, porque te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: “O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!”.
É isto que eu não entendo – mas a culpa não é tua.

José Saramago



 



domingo, setembro 26, 2010

Hino da Escola Secundária de Francisco Franco

HINO DA ESCOLA SECUNDÁRIA de FRANCISCO FRANCO
(Faz-te ao leme)


Abre páginas em História
E orgulha-te da tradição
Navega em arte, na memória,
De outros alunos em glória
Francisco Franco e irmão!

Põe na vontade o fermento
De um trabalho intemporal
Ah! Faz-te sonho universal!
Cria!... E dá tempo ao tempo.
Afirma o teu ideal

Refrão:

Faz-te ao leme, timoneiro
Faz-te vela de futuro
Orgulha o passado nosso, altaneiro
Chega a bom porto, e seguro!


Faz um arco-íris em ilha
Pinta-o com o mel das palavras
Diz a dor que tens garras
Para abrires, em maravilha


Cada manhã, no Funchal
Afirma o teu ideal!

Sugestões de Leitura- Diários-

sábado, setembro 25, 2010

Assunto: Sugestões de Leitura para a 1ª Sequência/Textos de Carácter Autobiográfico

Escola Secundária de Francisco Franco



Assunto: Sugestões de Leitura para a 1ª Sequência/Textos de Carácter Autobiográfico

Diários…

O Diário Secreto de Adrian Mole aos 13 anos e 3/4/Sue Townsend

Sinopse

Adrian Mole é um adolescente com as preocupações existenciais de um adolescente: borbulhas; o corpo a crescer em sítios inesperados (inesperadamente); a cabeça a pedir explicações para todos os factos da vida; os factos da vida a fazerem «fintas» à cabeça; o desejo de fazer versos; o amor pela grande literatura universal; a paixão pela Pandora…


• O Diário Secreto de um Adolescente (1982)
• Adrian Mole na Crise da Adolescência (1985)
• As Confissões Secretas de Adrian Mole (1989)
• Os Anos Amargos de Adrian Mole (1993)
• Adrian Mole na Idade do Cappuccino (1999)
• Adrian Mole e as Armas de Destruição em Massa (2004)
• Os Diários Perdidos de Adrian Mole, 1999-2001 (2008)

Diário De Zlata Filipovic/ Zlata Filipovic
O Diário da Filipa /José Manuel Martins
Eu Quero Viver/Nina Lugovskaia
Diário de Sofia e Cª aos 15 Anos, Luísa Ducla Soares
Exertos dos Diários de Adão e Eva/Mark Twain
Viagens Contra a Indiferença/Fernando Nobre
Diário de Rita R./Ana Saldanha
Diário de uma Totó /Rachel Renee Russell
Diário de Anne Frank/Anne Frank
Diário das Minhas Viagens /Angelina Jolie

Diário de Rutka/ Rutka Laskier
O Diário Azul/ James A. Levine
O Diário da Nossa Paixão /Nicholas Sparks
Diário Secreto de Camila/Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
O Diário Confidencial de Mariana/Marta Gomes e Nuno Bernardo
O Diário de Ma Yan/Ma Yan
Cadernos de Lanzarote /José Saramago
Diário - Volumes vários /Miguel Torga

O Diário do Medo /Elena Stoyanova
O Diário de Sofia /Nina Arueira, Alceu Costa Filho
Diário de Um Treinador /Jorge Miguez Araújo
Diário de Thura / Thura Al-Windawi
Diário/Sebastião da Gama

domingo, agosto 01, 2010

Praticando... TPC

Em Casa:

Agora é a tua vez de escrever um requerimento! Imagina a situação seguinte:

Solicitas ao Presidente Executivo da tua escola a mudança de turma, invocando um motivo plausível. Não te esqueças de aplicar todas as regras  inerentes à redacção deste texto do domínio transaccional  aprendido nas aulas.